O carisma pessoal do fundador, João Batista Scalabrini, floresceu a partir de uma experiência espiritual na qual, sob o olhar da fé, testemunhou o sofrimento humano desencadeado pela emigração de seus compatriotas.
Movido por sua profunda sensibilidade humana e vocação missionária, Scalabrini se deparou com a intensa e angustiante realidade da emigração ao testemunhar centenas de pessoas na estação de Milão, deixando sua terra natal em busca de condições de vida melhores. Com isso, ele se viu compelido a encontrar soluções para aliviar o sofrimento desses indivíduos. Assumiu, assim, a causa dos migrantes e direcionou seus esforços ao estudo, à análise da realidade e à sensibilização das autoridades eclesiásticas, civis e da opinião pública, entre outras iniciativas. Sua habilidade de enxergar, sentir e compartilhar o sofrimento dos irmãos migrantes o abriu à ação do Espírito Santo, que o estava preparando para uma missão especial na Igreja: a de atender a uma necessidade socio-pastoral, sobretudo em manter viva a fé entre os migrantes.
A raiz da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo – Scalabrinianas se origina da ação pastoral específica empreendida por Scalabrini em prol dos migrantes, envolvendo-se pessoalmente e reunindo colaboradores e seguidores para continuar seu legado. Ele compartilhou seu carisma pessoal com seus discípulos e o perpetuou por meio da fundação da Congregação dos Missionários de São Carlos (1887) e da Associação de Patronato São Rafael (1889).
A Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo – Scalabrinianas surgiu como uma resposta à ação socio-pastoral voltada aos migrantes. Scalabrini percebeu que a missão por ele iniciada necessitava da participação pastoral de uma congregação feminina. Após várias tentativas para atender a essa demanda pastoral, Scalabrini fundou a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, Scalabrinianas.
A fundação oficial ocorreu em 25 de outubro de 1895, com a admissão aos votos religiosos, entrega do crucifixo e envio das primeiras quatro missionárias: Carolina Marchetti, Assunta Marchetti, Angela Larini e Maria Franceschini. Essas missionárias foram preparadas, reunidas e apresentadas a Scalabrini pelo padre José Marchetti, um missionário scalabriniano e cofundador da Congregação, que contribuiu significativamente para cultivar o espírito de generosidade missionária scalabriniana entre os primeiros membros da nova congregação feminina.
O orfanato Cristóvão Colombo – Ipiranga, em São Paulo, Brasil, serviu como a primeira comunidade das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, Scalabrinianas, e os órfãos lá acolhidos foram os primeiros destinatários de sua missão.
Os primeiros anos da Congregação foram marcados por desafios contínuos, porém, também foram ricos em frutos de santidade e na consolidação da identidade congregacional. A fidelidade ao carisma, especialmente de madre Assunta Marchetti, irmã do padre José Marchetti, fortaleceu a identidade da Congregação na Igreja.
O decreto de Pio XI, datado de 13 de janeiro de 1934, aprovando ad experimentum as novas constituições por sete anos, legitimou a Congregação como Instituto Religioso de Direito Pontifício. Após o Concílio Vaticano II, as constituições foram renovadas e entraram em vigor ad experimentum no Natal de 1971, sendo aprovadas em 1º de junho de 1985, dia de Scalabrini.
O período seguinte testemunhou um florescimento de vocações e expansão da Congregação. Em 1936, ela estabeleceu-se em Piacenza, Itália, a cidade de origem das quatro pioneiras. Em 1941, outras quatro missionárias do Brasil iniciaram a missão nos Estados Unidos. A sede geral da Congregação, inicialmente no Brasil, foi transferida para a Itália em 1960, primeiro em Acilia, periferia de Roma, e, desde 1982, em Roma-centro, onde permanece até hoje.
A reinterpretação do carisma durante o Capítulo Especial, ocorrido entre 1969 e 1971, resultou na ênfase ao serviço pastoral para migrantes de todas as nacionalidades, o que fomentou uma maior internacionalização da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, Scalabrinianas.
Consistente com a missão confiada pela Igreja, a Congregação tem como objetivo central o serviço evangélico e missionário aos migrantes e refugiados, especialmente aos mais vulneráveis e necessitados.
O espírito que impulsiona a Congregação é o da comunhão universal, pois busca tornar visível a vocação de seus membros para reconhecer e amar Cristo na pessoa do migrante.
A Congregação desenvolve sua missão por meio da pastoral dos migrantes, em diversas formas. Seu campo de atuação é amplo e abrange escolas, hospitais, orfanatos, prisões, centros para menores, asilos para idosos, casas de formação, paróquias, dioceses, conferências episcopais, organismos internacionais, organizações civis, centros de promoção, escuta e acolhida de migrantes e refugiados, além de centros de estudo e documentação.
Atualmente a Congregação MSCS conta com 580 membros, divididos entre as 3 províncias e uma Delegação, organizadas em 147 comunidades, presentes em 27 países de quatro continentes.
Para um aprofundamento maior sobre nossa Congregação, é valioso conhecer mais sobre o Fundador Beato João Batista Scalabrini, os co-Fundadores, o Venerável Padre José Marchetti e a Bem-aventurada Madre Assunta Marchetti, assim como o Patrono da Congregação, São Carlos Borromeo.
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